sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Enquanto isso em São Paulo!!


A imagem do Estado de São Paulo, administrado por tucanos, "VIVA O PSBD" Governador José
Serra.

“O PAPEL DA IMPRENSA NOS DIAS ATUAIS”


Após 21 anos de ditadura militar no Brasil, com a censura explícita aos meios de comunicação, hoje graças a Deus vivemos em uma democracia soberana, principalmente no que diz respeito ao papel da imprensa, com direitos constitucionais garantidos e considerados por muitos estudiosos o quarto poder. Vale lembrar o impeachment do presidente Fernando Collor em agosto de 1992, com o movimento “caras pintadas”. Será mesmo que foi um exercício de democracia ou foi uma tremenda manipulação dos meios de comunicação?
Entretanto, o papel da imprensa nos dias atuais é informar a população de todos os acontecimentos que afligem a sociedade, sendo um valioso instrumento de utilidade pública, cumprindo de certa forma um relevante papel social, conscientizando a sociedade de seus direitos e deveres e resgatando assim a cidadania de cada cidadão através da informação.
Assim sendo, providências que deveriam ser tomadas, tão logo fossem requeridas, são levadas a efeitos pelas autoridades governamentais somente ao se sentirem amedrontadas com o possível desgaste de acontecer em relação as suas imagem políticas, em razão de denúncias veiculadas pela imprensa.
Devido ao caráter informativo da atividade dos profissionais de imprensa, torna-se importante que os órgãos de segurança pública, seja a nível municipal, estadual ou federal, estreitem esse laço com a imprensa, principalmente em casos de ocorrências com reféns, como o caso da jovem Eloá, em Santo André, buscando assim uma maior aproximação com os repórteres, com informações sobre suas atividades, sua organização e suas dificuldades. Essa aproximação permitirá que os jornalistas vejam as ações da polícia sem atitudes premeditadas de só criticar com total ênfase as falhas cometidas na operação, como temos presenciado nos últimos dias.
A mídia, no Brasil, na busca de ganhar público, valoriza demais as ocorrências com reféns, com a criação de mitos e explorando demasiadamente a imagem desses marginais nos meios de comunicação. Essa exploração inadequada por parte da mídia denigre a imagem dos órgãos policiais, exemplo disso o caso do ônibus da linha 174, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, onde o BOPE – Batalhão de Operações Especiais suportou em silêncio toda a critica da mídia nacional e absorveu a responsabilidade do infeliz desfecho e o caso mais recente em Santo André que todos nós acompanhamos estarrecidos com o desfecho trágico, entretanto, no primeiro caso do ônibus da linha 174 acaba de virar filme, outro caso onde o bandido virou celebridade passando a status de um pop star, é Marcelo Nascimento, o maior picareta do Brasil, onde sua historia no mundo do crime virou o livro,VIPS – A HISTORIA REAL DE UM MENTIROSO, alguns cineastas pensam em gravar um filme sobre sua vida bandida.

Portanto, é necessário que os meios de comunicação tomem consciência e cuidado com a criação de mitos negativos e super projeta esses marginais a status de celebridades, assim induzindo e motivando outros indivíduos que vivem a margem da sociedade seguirem o mesmo caminho, rumo à criminalidade.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Policia VS Policia







Me sinto envergonhado com o ocorrido entre policiais civis e militares, para começar o assunto:"Moro em um país governado por um analfabeto e alcoólatra que assinou uma reforma ortográfica e instituiu uma lei seca" Também moro no Estado mais rico da Federação e não temos se quer um salário digno para a policia. Um Ente Federativo que tem a policia agredida por todos os lados, hora por falta de investimento em equipamentos e treinamentos para todos os policiais, hora por falta de remuneração que faz cada vez mais os policiais serem "tentados" a cometer infrações disciplinares. Gosto da forma de governo do PSDB no Estado de São Paulo, porém com exceção e repúdia ao tratamento que eles conferem aos nobres policiais. É uma vergonha o que está acontecendo, policiais em confronto com policiais.
E pior, de forma covarde. Espero que depois daqueles policiais dormirem, eles esqueçam tudo o que aconteceu naquele palco de vergonha pública, o que será difícil e isso afetara todo o trabalho em todo estado por parte das corporações, e quem sai perdendo é a sociedade paulista. E que os olhos da SSPSP e dos governantes se abram e vejam que há necessidade de pagar bem os policiais.
Se não fosse, não teria 85 candidatos por vaga no concurso próximo. VERGONHA, essa é a palavra de ordem para os governantes.




COISAS QUE A POPULAÇÃO NÃO SABE SOBRE A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO.
VOCÊ SABIA????

1) Que o Policial Civil recebe ticket refeição de R$ 4,00, mas apenas nos primeiros anos de carreira?Os demais, que já se dedicaram muito à população e aos interesses públicos NÃO TÊM NEM ISSO?

2) Que os Policiais Civis não recebem ADICIONAL NOTURNO?


3) Que os Policiais Civis não recebem por HORAS EXTRAS trabalhadas, sendo constantemente convocados, em SUAS FOLGAS, para atuarem em Operações das mais variadas?


4) Que os Policiais Civis não podem ter MAIS DE UMA matrícula, não sendo facultado prestar outro concurso para COMPOR os seus vencimentos, como ocorre com Professores e Médicos?


5) Que centenas de Policiais Civis não conseguem tirar férias há vários anos, porque não existe efetivo suficiente para manter o serviço policial em dia?


6) Que o Policial Civil ao morrer nas ruas sendo assaltado, a família dele não recebe sua pensão integral porque isso não é considerada MORTE EM SERVIÇO?


7) Que os POLICIAIS (Civis e Militares) são os únicos Servidores que MORREM pelo Serviço Público?

8) Sabia que os vencimentos de nossa Polícia são o SEGUNDO PIOR do Brasil, apesar do nosso Estado ser o MAIS RICO da Federação?


9) Que um policial, em horário de serviço, que participe de um tiroteiro com bandidos, seja ferido e fique inválido, recebe como prêmio do Estado, por sua bravura, uma aposentadoria por invalidez, recebendo 40% a menos do que ele recebia na ativa?E o mesmo ocorre com todos os aposentados que dedicam a vida inteira a polícia?


10) Que o policial civil recebe adicional de insalubridade, e não de periculosidade? Acho que o governo pensa que um tiroteio é contagioso, e não perigoso...


11) Que o Policial é obrigado a manter as viaturas limpas, mas nunca se viu dinheiro para pagar a lavagem e você que pedir esmola para lavá-las?


12) Que eram descontados 6% de previdência e o Governador Alckimim/Covas - PSDB inventaram mais 5% no desconto e, ao invés de aumento veio desconto?


13) Que quase 40% dos policiais civis já possuem tempo para aposentar e só não aposentam porpão ser penalizados pelo Estado com o descréscimo de 40% de seus parcos vencimentos?


14) Que os Policiais Militares (os fardados) 'não' aderiram a greve porque são proibisíssimos, entretanto, estão poiando seu colegas, policiais civis, fazendo uma greve denominada 'GREVE BRANCA'?


15) Etc... etc....etc....
Você pode estar pensando: E aí? - Quando alguém diz a um policial : 'Eu pago impostos e teu salário ... o policial poderá ponderar: ou você está pagando muito pouco ou o Governo está te roubando' !



MATERIA VEICULADA NO JORNAL DA TARDE, 17 DE Outubro.

A marcha dos policiais civis em greve rumo ao Palácio dos Bandeirantes se transformou em confronto com a PM, o maior da história entre as duas instituições, deixando 24 feridos. O comandante do policiamento da zona oeste, coronel Danilo Antão Fernandes, foi atingido por um tiro de calibre 9 milímetros. Policiais civis dispararam até com fuzis. PMs da Tropa de Choque responderam com balas de borracha e gás lacrimogêneo. Ao menos 14 viaturas foram danificadas - placas arrancadas, latarias furadas à bala e pneus cortados.Nesse momento, o governador do Estado, José Serra (PSDB), estava no Palácio dos Bandeirantes e mantinha contato com o secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão. Culpou o PT e a CUT pelo confronto. Para os policiais civis, o responsável era o governador. Isso foi o resultado da intransigência do governo, disse o delegado André Dahmer, diretor da Associação dos Delegados de Polícia.A marcha começou às 14 horas. Cerca de 2,5 mil policiais civis com o apoio de sindicalistas da Força Sindical e da CUT se reuniram em frente ao Estádio do Morumbi. Os manifestantes queriam que uma comissão fosse recebida pelo governo. O Estado mandou para lá cerca de 50 carros e motos de grupos operacionais da Polícia Civil e a PM.
A intenção dos manifestantes era sair do estádio e se aproximar da sede do governo pela Rua Padre Lebret. Quando a marcha começou, os delegados destacados para conter os colegas se mostravam angustiados com a falta de resposta do Palácio.Ao mesmo tempo, discursos como o do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, deixavam os ânimos ainda mais exaltados. Os policiais civis começaram a subir a Rua Padre Lebret. Por quatro vezes, os delegados do Garra e do GOE tentaram contê-los. Em vão. Às 15h40, chegaram à primeira barreira feita pela PM. Atrás dessa linha, havia outras duas de policiais da região e, ao lado do Palácio, a última linha de defesa era mantida pelos homens do 3º Batalhão de Choque e da Cavalaria.
Enquanto aguardavam resposta, policiais mais exaltados forçaram o cordão de isolamento da PM. Passaram pela primeira, pela segunda e pela terceira barreiras. Foi quando o Choque disparou as primeiras bombas e balas de borracha. Os policiais recuaram. Os colegas que deviam controlá-los resolveram lutar contra os PMs.
Revoltados, os policiais civis agrediram o tenente Elias Profeta e depredaram viaturas da PM. Escondido em um estacionamento, um investigador atirou com fuzil. O coronel Danilo Antão Fernandes foi atingido no abdome. De armas em punho, os civis rumaram com suas viaturas em direção à barreira feita pela tropa de choque. Foram contidos pela PM. Mais bombas e gás. Depois de dez minutos, sobrou o bate-boca entre os policiais. Delegados que tentaram conter os colegas foram atingidos por balas de borracha da PM. Depois do confronto, o delegado-geral da Polícia Civil, Maurício Lemos Freire, passou por rádio uma ordem para toda a corporação, pedindo que todos permanecessem em suas bases.
Foi solenemente ignorado por centenas de policiais, e viaturas de todos os departamentos da Polícia Civil - da Delegacia de Homicídios ao Detran - seguiram para o Palácio.Depois que o pico do confronto passou e os ânimos se acalmaram um pouco, a primeira barricada de policiais do Batalhão de Choque se manteve em contato com integrantes do Grupo de Operações Especiais (GOE) e do Grupo de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), em um clima mais cordial, na tentativa de chegarem a um entendimento. Os policiais começaram a se dispersar por volta das 20h30.Ontem, o diretor do Sindicato da Polícia Civil do Distrito Federal, Luciano Marinho de Moraes, iniciou contatos com sindicatos do País. Se o governo não der uma resposta rápida às reivindicações dos policiais paulistas, na semana que vem vamos paralisar as Polícias Civis de todo o Brasil, disse.FuturoNa noite de ontem, os líderes das associações e sindicatos de policiais de São Paulo não sabiam de que forma retomar a negociação com o Estado, após um mês de greve.Os líderes mais moderados, ligados às antigas associações, ainda procuram analisar o que fazer.Há sindicalistas que defendem que a greve seja retomada com ainda mais força. Outros propõem uma trégua.
A maioria considera que um próximo passo, para encerrar o impasse, venha do governo.Os policiais civis pedem aumento de 29% até 2010. Segundo o governo, o reajuste representa um gasto de R$ 200 milhões.O governo propõe aumento linear de 6,2% a policias da ativa, aposentados e pensionistas; aposentadoria especial; reestruturação das carreiras com a eliminação da 5ª classe e a transformação da 4ª classe em estágio probatório; e a fixação de intervalos salariais de 10,5% entre as classes.Elite foi para ajudar a PM, mas se uniu aos grevistas Armados e com seus uniformes negros, homens de grupos de elite da Polícia Civil enfrentaram a tropa de choque da PM. Eles haviam sido mandados para o Morumbi pela cúpula da Segurança Pública.
O objetivo era que eles ajudassem a conter seus colegas, impedindo a marcha para o Palácio dos Bandeirantes. Ao mesmo tempo, a PM foi chamada para proteger a sede do governo.Quando o confronto começou, os policiais civis do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), do Grupo de Operações Especiais (GOE) e do Setor de Operações Especiais (SOE) se uniram aos colegas grevistas no ataque aos PMs. Foi um erro gravíssimo de planejamento. Ou chamava a PM para cuidar da manifestação ou chamava a Polícia Civil. As duas, jamais, afirmou o coronel da reserva Francisco Profício, que comandou a PM nos anos 90. Não se manda o amigo do amotinado ajudar a tropa de choque a sufocar a rebelião.Profício se disse horrorizado. Os grevistas, quando viram que estavam acompanhados pelos colegas armados, sentiram-se seguros para enfrentar a PM, que só cumpriu o seu dever.
O sujeito que organizou essa operação não tem cabeça. Pior do que falta de autoridade, foi a falta de planejamento. Um PM do 16º Batalhão se desculpava com os civis. Foi o Choque que atirou em vocês. Quando os grevistas romperam a primeira barreira feita pelo batalhão, os PMs recuaram, deixando o caminho livre para os grevistas. A gente (Choque) só fez o nosso serviço, disse um sargento de Cavalaria da PM.Os homens do regimento estavam com seus sabres desembainhados, prontos para ir em direção aos civis. Seus animais, têm de morrer de fome! Ficam aí defendendo esse governador!, gritavam os civis. Em meio ao tumulto, um investigador apanhou o telefone: Doutor, pára tudo aí, que os meganha (sic) tão atirando na gente. Vem pra cá, vem pra cá. Os PMs da Tropa de Choque lamentavam. A maior preocupação era com os feridos. Atiraram com munição real, disse o coronel Ailton Brandão. À noite, a cúpula da Segurança se reuniu para conter a crise.Para Serra, culpa é do PT, Força Sindical e CUT O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), acusou ontem a CUT, a Força Sindical e deputados do PT e do PDT de incitarem o confronto. Isso não foi um duelo entre forças policiais, mas um movimento incitado politicamente. A categoria tem 33 mil pessoas. Aqui tinha cerca de mil e nem todos que estavam na manifestação são policiais. Havia muitos sindicalistas também, disse, sem citar nomes, mas citando os cargos: líder do PT na Assembléia e deputado federal do PDT. Ele se referia ao petista Roberto Felício e ao pedetista Paulo Pereira da Silva.
Já a CUT, segundo o governador, forneceu a infra-estrutura para a manifestação e a Força Sindical, a organizou. Esse episódio não vai respingar na candidatura Kassab, afirmou.Serra reafirmou que não receberá nenhum representante dos grevistas enquanto o movimento durar e o comando das polícias vai punir os mais exaltados. Ficará a critério dos comandantes de cada uma das polícias o desconto ou não dos dias parados. E eles não podem usar a arma que o povo deu em atos de protesto.
O chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, disse que é mentira que representantes de grevistas esperaram três horas para entrar no Palácio e serem atendidos. Um grupo, segundo ele, pediu para entregar um documento e, no momento em que um funcionário do Palácio ia à portaria buscá-lo, um orador mais inflamado incitou a multidão e começou o confronto.Dirigentes da Força Sindical, CUT e políticos do PT, no entanto, rebateram as acusações de Serra e afirmaram que o governo paulista quer politizar a greve dos policiais civis, em período eleitoral, para se isentar da responsabilidade do confronto entre as polícias.A idéia de realizar o protesto surgiu na quinta-feira da semana passada por sugestão de Paulinho, durante ato dos policiais na Avenida Paulista. Ele (o governador) vai ter duas saídas: receber o comando de greve ou dizer ao Brasil que não vai dar (reajuste), disse naquele dia Paulinho.Moradores foram surpreendidos dentro de casa A dona de casa Sandra Ferrari, de 51 anos, mora há 10 anos no Morumbi, perto de onde houve o embate entre os policiais. Ela teve dificuldade para sair de casa ontem. Não tinha condição. Só consegui sair às 17h30, mas com muita preocupação. Porque os policiais andam armados e um momento de estresse poderiam tomar ações inesperadas. No primeiro momento não entendi o que estava acontecendo. As duas polícias se enfrentando na porta de casa com gás lacrimogêneo, contou ela, ainda surpresa.Márcia Tibiriçá, de 52 anos, também dona de casa, moradora há mais de 40 anos do bairro, disse que por causa do gás lacrimogêneo a família toda passou muito mal já que a substância invadiu o imóvel. Sentimos os efeitos da bomba, os olhos lacrimejavam. Fiquei sem ar. E indignada. Meu cachorro espirrava. Tive de levar minha mãe, com 85 anos, às pressas para se refugiar no banheiro, lembra. A família não sabia o que estava acontecendo. Pensamos que era manifestação no estádio. Só depois ligamos a televisão e vimos o confronto.Confronto chega ao hospital As 24 vítimas do conflito entre policiais militares e civis, na região do Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, na zona sul, começaram a chegar aos hospitais da região no meio da tarde de ontem. Treze feridos - entre eles o coronel da PM Danilo Antão Fernandes (ferido por uma bala de borracha) - foram levados para o Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein. Por volta das 19h, todos estavam com quadro de saúde estável e cinco policiais haviam sido liberados.Cinco policiais civis foram levados para o Hospital São Luiz. João Henrique Martins Alves, de 34 anos, sofreu escoriações na face; Ismael Lopes de Oliveira, de 49, sofreu ferimentos superficiais na coxa e no braço esquerdos; Jeremias Francisco Torres, de 44, sofreu queimaduras de 1º e 2º graus, na mão direita e na face; Domingos Rios Santana, de 43, sofreu queimaduras de 3º grau na região abdominal; e Felipe Wanderlei Mariano, de 30 anos, teve fratura exposta no segundo dedo da mão direita e sofreu escoriações na mão esquerda. Ele foi examinado e depois transferido para o hospital São Leopoldo, para fazer uma reavaliação.No Hospital Universitário, da USP, um policial baleado na perna foi atendido e não corre risco. O Pronto-Socorro do Hospital Itacolomy, no Butantã, zona oeste, recebeu cinco policiais.O escrivão Moisés Leite Tavares, 29 anos, sofreu ferimento no rosto e na boca. Ele contou que foi atingido por estilhaços de bombas disparadas por PMs. Lotado no 54 º DP (Cidade Tiradentes), Tavares afirmou que não só ele mas todos os policiais civis vieram para fazer uma manifestação pacífica. Ninguém veio preparado para confronto. Segundo ele, a PM agiu com truculência por ordem do governador José Serra. Ele disse ainda que no hospital queriam cobrar R$ 150 dele. Eu disse que não tinha dinheiro e mandei colocar na conta do Estado. esmo após o conflito, o clima continuava tenso entre os policiais no Einstein. Numa clara demonstração de animosidade, cada um dos grupos se postou de um lado da rua em frente ao hospital. À esquerda da entrada do Pronto Atendimento, policiais militares trocaram ofensas e provocações com os policiais grevistas, do outro lado da rua. Os funcionários do hospital ficaram sitiados. Ninguém podia entrar ou sair. O auxiliar de limpeza D. R., de 20 anos, disse nunca ter visto uma batalha campal como a de ontem. O hospital fica a cerca de 200 metros do Estádio do Morumbi.
O rapaz disse que nem em dia de jogo viu uma guerra como a de ontem. Era policial atirando em policial. Viatura batendo em viatura e bombas de efeito moral para todos os lados. Trabalho aqui há cinco meses e nunca vi nada parecido, relatou. Os familiares de pacientes também se assustaram com o clima de confronto. Leda Esper Nader se surpreendeu ao levar seu pai, de 83 anos, com um Acidente Vascular Cerebral (AVC) para a emergência do Einstein. Ao lado de seu pai, era atendido o coronel Antão, responsável pela negociação com os grevistas antes do confronto. Ferido por um tiro de bala de borracha disparado a curta distância, o coronel da PM era amparado por outro policial na entrada do hospital. Leda afirma que a tensão podia ser sentida nas declarações dos militares. Segundo ela, o acompanhante do coronel dizia que as duas polícias estavam em guerra, sem data para terminar. Às 19h30, um grupo de 25 funcionários não conseguia deixar o estacionamento do Einstein.
Revoltados, eles esperavam desde às 16h. A médica Luíza Vicenzio foi uma das funcionárias que tiveram de ser escoltadas até o estacionamento. Estou esperando para ir embora, mas tenho medo de cruzar o meio da multidão. Luíza ficou sitiada no local no momento em que policiais iniciaram uma nova confusão, por volta das 19h30. Policiais de plantão vêem embate na TV Desde que ocorreu o confronto entre os policiais civis e militares no meio da tarde, o 34º e o 89º Distritos, ambos no Morumbi, ficaram às moscas. Ninguém esteve nos DPs para prestar queixa ou registrar boletins de ocorrência. No momento do embate os policiais de plantão acompanhavam o confronto pela TV. No 34º DP, eles vibraram quando assistiram um tenente da PM levando um tapa na cabeça de um policial civil que estava na manifestação.
Moradores foram surpreendidos dentro de casa A dona de casa Sandra Ferrari, de 51 anos, mora há 10 anos no Morumbi, perto de onde houve o embate entre os policiais. Ela teve dificuldade para sair de casa ontem. Não tinha condição. Só consegui sair às 17h30, mas com muita preocupação. Porque os policiais andam armados e um momento de estresse poderiam tomar ações inesperadas. No primeiro momento não entendi o que estava acontecendo. As duas polícias se enfrentando na porta de casa com gás lacrimogêneo, contou ela, ainda surpresa.Márcia Tibiriçá, de 52 anos, também dona de casa, moradora há mais de 40 anos do bairro, disse que por causa do gás lacrimogêneo a família toda passou muito mal já que a substância invadiu o imóvel. Sentimos os efeitos da bomba, os olhos lacrimejavam. Fiquei sem ar. E indignada. Meu cachorro espirrava. Tive de levar minha mãe, com 85 anos, às pressas para se refugiar no banheiro, lembra. A família não sabia o que estava acontecendo. Pensamos que era manifestação no estádio. Só depois ligamos a televisão e vimos o confronto.