quinta-feira, 22 de maio de 2008

Justiça

"A pequena Isabella"

A defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, que estão presos, acusados de matarem a menina Isabella Nardoni, em 29 de março, decidiu não pedir, por enquanto, habeas-corpus para eles ao Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado Rogério Neres de Sousa disse que a defesa vai esperar pelo menos até o fim desta semana por uma definição de mérito quanto aos pedidos de habeas-corpus feitos ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O TJ-SP e o STJ negaram liminar no caso. Na segunda-feira, os advogados voltam a avaliar a possibilidade de ir ao STF. A perícia alternativa que analisará os laudos da Polícia Científica de São Paulo sobre a morte de Isabella pode apontar para uma terceira pessoa na cena do crime, segundo a expectativa da defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina.

O médico-legista George Sanguinetti, conhecido pela atuação no caso da morte do empresário Paulo César Farias, o PC, chefiará uma equipe de quatro profissionais. Sanguinetti foi contratado pela defesa para produzir um parecer sobre o caso, por orientação do avô de Isabella e pai de Alexandre Nardoni, o advogado Antônio Nardoni.

Depois de destacar que o trabalho do médico-legista será "independente, autônomo e idôneo", Sousa admitiu: "Eu não posso extrair a possibilidade da terceira pessoa dos laudos, mas nossa expectativa em relação ao trabalho dos peritos vai nesse sentido." As conclusões da perícia alternativa serão apresentadas na segunda-feira. Elas devem apontar pontos considerados "obscuros" pela defesa nos laudos dos Institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML). "Será um trabalho de avaliação dos laudos e do material produzido pela perícia paulista", afirmou Sousa. "Isso vai originar um parecer a ser apresentado à Justiça" - será incluído no processo penal.

Peritos

Um dos pontos questionados pelos peritos deve ser a asfixia de Isabella. Segundo o advogado, os dados do laudo não permitem saber quem esganou a menina. Pela denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), acolhida pela Justiça, Anna Carolina foi a responsável pela agressão. "Não há possibilidade de definir se a esganadura foi causada por homem ou mulher, nem se as marcas no pescoço são compatíveis com as mãos de Anna Carolina", disse. "Esse é um dos muitos pontos frágeis dos laudos, que precisam ser esclarecidos."

Hoje, Sousa e o advogado Ricardo Martins visitaram Anna Carolina na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no Vale do Paraíba (SP). Ela teria ficado "muito contente" ao saber da perícia alternativa e ao ler num jornal trazido pelos defensores uma notícia de que não haveria provas materiais contra ela nos laudos do IC e IML.

Anna Carolina está isolada numa cela da penitenciária há 12 dias, sem banho de sol. "Ela sente solidão e muita saudade dos dois filhos", afirmou Sousa. Na sexta-feira, quando completam-se 15 dias de Anna Carolina no presídio, ela deve ter acesso ao pátio e conviver com outras detentas. Hoje, os advogados visitam Alexandre Nardoni na Penitenciária Dr. José Augusto Salgado (P-2), em Tremembé. Eles pretendem levar as mesmas notícias a ele e conversar sobre o interrogatório do casal à Justiça, marcado para o dia 28.






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